quinta-feira, 28 de abril de 2011

Não peço que os tires do mundo...

João Cap. 17

Quando conhecemos a Cristo nossa tendência é esperar que nossa vida mude para melhor em todas as áreas. Aquela saúde impecável, aquele carro razoável, aquela casa própria, aquele amor para a vida toda. Todas estas coisas entram no nosso imaginário evangélico esperando que de alguma forma Deus nos tire da nossa realidade atual e nos transporte imediatamente para um novo mundo, onde todas estas coisas maravilhosas são reais nas nossas vidas.
Bom, nos convertemos e por estranho que pareça, nossa fé não nos tirou do mundo que viviamos, onde eramos desempregados ou doentes e não nos tornamos em homens de um "novo mundo" já no presente. Parece que a Vida Eterna não nos trouxe uma existência nova, onde iremos numa entrevista de emprego e seremos beneficiados por uma intervenção divina. Não parece que esta Vida Eterna traz algo como cura para nossas doenças, apesar de alguns receberem milagres raros e pontuais na história. Não parece que esta Vida Eterna nos torna imortais pois irmãos da fé também estam morrendo de diversas doenças.
Então que Vida Eterna é esta? Que novo mundo é este que não acontece já?
O que precisamos compreender é que quando cremos no Cristo Ressurreto, esta fé não nos tira de nossa realidade existencial. Nós continuamos inseridos nela. Continuamos sujeitos a um mundo onde o desemprego assola, a fome cresce, onde crianças tem morrido de aids e fome. Esta fé não nos tira do mundo, como Jesus disse em João Cap. 17:15 "Não rogo pois que os tire do mundo, mas que os proteja do Maligno".
Ele nos protege dentro da realidade que estamos inserido, mas não nos tira dela. Ele nos protege do Maligno sem nos tirar do mundo e da realidade que vivemos. Ele não nos transfere para uma nova realidade onde nada de mal nos possa acontecer, mas nos ajuda com seus ensinamentos a passar as tribulações do dia a dia.
Qual é o objetivo do Maligno? Nos tirar a Vida Eterna.
A Vida eterna não é nos tirar agora da realidade do nosso mundo e nos tornar protegidos de doenças, do desemprego ou de um mal que nos possa acontecer. Veja o que significa Vida Eterna na Bíblia: João Cap 17:3: "A Vida Eterna é esta: Que te conheçam, o único Verdadeiro Deus, e a Jesus Cristo, a quem enviaste".

Então a Vida Eterna não é proteção divina contra as horrendas realidades que vivemos no mundo? Não é uma Vida que nos tira deste mundo? Não! A Vida Eterna é conhecer a Deus e a Jesus.
Então Deus irá nos proteger do Maligno, não nos tirando da realidade que vivemos, mas nos guardando em conhecimento Dele e de Cristo.

Ai vem aquela frase famosa: "Oras, que vantagem Maria leva?" Não chamo isto de vantagem, mas privilégio em conhecer a Deus e a Jesus. Este conhecimento nos ajuda a entender-nos e desta maneira enfrentar os infortúnios da vida com uma outra mentalidade moral, espiritual, racional, nos tornando mais humanos como Cristo.

Nos não fazemos parte desta realidade, mas continuamos vivendo nela, para que possamos levar a Vida Eterna a outros. O mundo nos odeia por que o Reino de Deus é a contra-mão do mundo que vivemos.
Quando começarmos a inserir a realidade do Reino no mundo em que vivemos, não seremos bem quisto, mas é preciso, para que todos possam conhecer a Vida Eterna. Para que neste "mundo do qual não somos", possamos inserir com nossas mãos um pouco do "mundo do qual somos", que é o Reino de Deus, ao próximo, para que no Reino Vindouro sejamos um com o Pai assim como Cristo é com Ele.

Suênio Alves

*Retirado do blog "Fora da Zona de Conforto" onde fora publicado no dia 13/11/2009.

Link imediato: http://foradazonadeconforto.blogspot.com/2009/11/nao-peco-que-os-tires-do-mundo.html

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sobre ontem...

Cá estamos!
Ontem, dia 17, tivemos mais um precioso encontro na nossa EBD Jovem (Escola bíblica dominical, ou diria Escola Bíblica discipuladora? Prefiro esse último!)
Enquanto estudava esse gostoso assunto que paradoxalmente me causa imensas crises, percebi o quanto ocupamos nosso tempo pensando no futuro. Quantas coisas esperamos dele e o quanto fazemos projeções num tempo que sequer existe de fato.
Num contraponto muito bem arrumado pelo autor da lição, o assunto fazia links imediatos do quanto se quer ser, com o quanto se foi num passado perto ou distante.
Quando olhamos no espelho, o quanto percebemos a influência do passado em nossas vidas?
Tem coisas que estão tão nítidas que sequer podemos fugir. A aparência é uma delas. Os cabelos, o rosto, as formas do nosso corpo, enfim... Tá tudo escancarado. Ou quase tudo! Há muita coisa implícita na criação que tivemos, no lugar que nascemos e moramos, no colégio que estudamos, nos amigos que tivemos, enfim... Somos também soma de muitas coisas!
E nossas inquietações e desejos saltam sem que percebamos que carregamos muito do que fomos para um futuro que almejamos... Vai dizer que a frase "o que você vai ser quando crescer" vez ou outra ainda não te persegue?
É fato que sim!
Para muitos, a realização profissional é um fato! Que bom!
Estar no lugar certo e fazendo a coisa certa é um acerto e tanto nesse mundo tão louco e diverso.
E nossa caminhada ontem foi essa: perceber que o passado influencia sim nosso presente e nossas decisões, mas nós temos papel fundamental na protagonização do exercício da nossa vocação.
Se entendemos que a missão está clara (Tornar Jesus conhecido a todos) e que é o próprio Deus quem nos vocaciona, nossa parte é aliar as duas coisas numa escolha de profissão que honre a Deus, nos faça cumpridores da missão e nos realize. Trabalhar em algo que não faz feliz não é uma boa.

Chovo no molhado quando digo que fico imensamente feliz em reencontrar meus amigos e irmãos nas manhãs de domingo para aquelas conversas. Saio realizado! Isso já parte do que Deus tem separado pra mim. E você?

E Deus, acredite, me faz cada perceber que é na caminhada e na peregrinaçao com Ele que somos felizes e não nos destinos que a gente acha que vai chegar.

Que Deus nos abençoe!
Te esperamos domingo, a partir das 10h, para falarmos sobre "O Jovem cristão e a Universidade"
Que tal?

Abraços
Tiago Alves

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segunda-feira, 11 de abril de 2011

De volta...

Depois de dois fins de semana intensos com provas, pude retornar ontem para aquela maravilhosa atmosfera que é a classe jovem.
Chamo assim porque nem sei que nome posso dar àquilo que tanto me fascina e me realiza. Mesmo com a voz rouca e com a respiração um tanto que ofegante por causa da gripe forte que ainda estava, foi maravilhoso encontrar meus amigos novamente.
Faço questão de dizer-lhes o quanto me realiza estar no meio deles e mais ainda quando tenho a oportunidade de compartilhar aquilo que tenho aprendido nessas peregrinações mundo à fora - a vida comum a todos - e mundo à dentro, as indagações e introspecções que qualquer ser humano vira e mexe precisa fazer.
Em termos mais práticos do que filosóficos, fiz a pergunta "O que é tristeza para você?"
a três pessoas durante o encontro... Após esse primeiro período de "quebra-gelo" exibimos um pequeno filme sobre a artista Rita Pires. Uma mulher simples que trabalha com miniaturas. Quem não pode estar lá, segue o link para assistir: www.oqueetristezapravoce.com.br
Nosso próximo encontro falará sobre "A minha história e o meu futuro" (Lição 4).
O papo vai girar em torno do passado de cada um e como utilizá-lo de forma inteligente para ser uma ferramenta de auxílio à vocação ou a descoberta da mesma, e não um entrave na vida de quem quer servir ao Reino de Deus.

Estarei te esperando lá ansiosamente no próximo domingo a partir das 10h45min.

Abraços e que Deus o abençoe!

Tiago Alves
tiagoadesouza@gmail.com

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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Em busca de um projeto para a vida

Conversando com uma pessoa, já na meia idade, perguntei:
-- Qual o seu projeto de vida?
Ela respondeu:
-- Nenhum.
O que você responderia se lhe fosse feita a mesma indagação?
Quando se converteu, Saulo, depois Paulo, perguntou a Deus:
-- Senhor, que queres que eu faça?
Enquanto escrevo, estou com as páginas abertas de um livro, em que uma autora reconhece que, durante parte da sua vida, seu projeto de vida era cuidar de sua família, o marido e as filhas. O trabalho doméstico é entediante, a menos que faça parte do projeto de vida de uma mulher.
Presidir uma grande empresa, com reuniões, viagens e decisões a todo momento, pode ser entediante, se não fizer parte do projeto de vida desse presidente.
Pregar pode ser entediante, se não for parte do projeto de vida do pregador.
No caso de Paulo, pregar tinha um preço elevado. Digam-nos os açoites, naufrágios e prisões que enfrentou. Ele não desistiu porque este era o projeto de Deus para a sua vida e Deus estava com ele, livre ou preso, realizado ou frustrado.
Pessoas que mudam as pessoas são pessoas com um projeto de vida. Se estes projetos forem do mundo, farão mal ao mundo. Se estes projetos forem de Deus, farão ao mundo o bem que Deus quer fazer.
Como conhecemos o projeto de Deus para nós?
Nós o conhecemos quando perguntamos a Deus, como Paulo o fez. Nós o conhecemos quando o amor de Deus por nós nos incomoda ao vermos pessoas sem este amor tornado concreto na vida dessas pessoas.
Nós o conhecemos quando nos achamos importantes ao ponto de saber que a tarefa de levar o amor de Deus às pessoas é nossa: é como se -- e é verdade -- pensássemos assim: ou nós levamos o amor de Deus àquelas pessoas ou ninguém o fará.
Por pensar assim, Paulo fez o que fez. Se pensarmos assim, faremos como Paulo fez.

Israel Belo de Azevedo

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terça-feira, 5 de abril de 2011

Para deixar a nossa marca

Todos dizemos que queremos deixar nossa marca no mundo.
Se queremos, precisamos de algumas atitudes:
. Precisamos amar o mundo. Talvez neste momento uma luz vermelha lhe tenha acendido. Como amar o mundo, se a Bíblia diz para não o amarmos? A palavra "mundo" no Novo Testamento significa a sociedade humana como um todo e também a sociedade humana decaída. Devemos amar a sociedade humana, obra da criação de Deus, mas não devemos amar o seu pecado. Alvoroçar o mundo é denunciar o pecado e anunciar a graça. Não alvoroçamos o mundo, se não o amamos.
. Precisamos conhecer o mundo. Quando um missionário é designado para uma região diferente da sua, ele pesquisa antes de ir para lá e gasta seus primeiros tempos ali estudando suas características. Só depois, faz um plano para mudar as coisas com o amor de Jesus. Parece que muitos de nós nos recusamos a entender a mente de nosso tempo. Sabemos que Cristo é a resposta, mas precisamos saber que pergunta o mundo faz. Não alvoroçamos o mundo, se não o conhecemos.
. Precisamos orar pelo mundo. Não oramos por nossos vizinhos, mas queremos que se convertam. Não oramos por nossos políticos, mas queremos que eles se arrependam. Não oramos por nossos inimigos, mas queremos que eles nos amem. Não oramos por nossa cidade, mas queremos que ela seja melhor. Não alvoroçamos o mundo, se não oramos por ele.

Israel Belo de Azevedo

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